LABOR E EXTRATIVISMO MINERAL: A PRESENÇA DO GARIMPO NO MUNICÍPIO DE HUMAITÁ –AM
Palavras-chave:
Labor, garimpeiro, rio Madeira, ComunidadesResumo
A presença do extrativismo mineral no rio Madeira remonta aos anos de 1950, quando garimpeiros migrantes do Mato Grosso iniciaram trabalhos de extração mineral na calha do rio Machado, afluente do rio Madeira. Nas décadas seguintes, o rio Madeira tornou-se um dos rios com maior presença de extração ilegal de ouro da Amazônia. O cenário atual da exploração do ouro na região, com centenas de balsas equipadas com maquinário especializado, se concretizou com a operação das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio a partir de 2014. O volume dessas usinas fez com que o solo do Rio Madeira jogasse na superfície uma camada de ouro. Um novo boom de garimpagem inicia-se no rio Madeira, apesar do monitoramento feito pelas agências federais de fiscalização. Para o ribeirinho que atua no garimpo, um fator decisivo para a migração à atividade ilegal foi a cheia histórica do Madeira em 2014, que devastou comunidades e praticamente acabou com a produção agrícola beira-rio. Nesse sentido, esta proposta de pesquisa buscou investigar como o garimpo ilegal no rio Madeira imobiliza a força de trabalho familiar. Ao mesmo tempo que tenta compreender como o extrativismo mineral na calha do Madeira vem modificando a estrutura agrária familiar das comunidades locais.
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