LABOR E EXTRATIVISMO MINERAL: A PRESENÇA DO GARIMPO NO MUNICÍPIO DE HUMAITÁ –AM

Autores

  • Aldeane Almeida da Conceição Universidade Federal do Amazonas (UFAM) Autor
  • Jordeanes do Nascimento Araújo Universidade Federal do Amazonas (UFAM) Autor

Palavras-chave:

Labor, garimpeiro, rio Madeira, Comunidades

Resumo

A presença do extrativismo mineral no rio Madeira remonta aos anos de 1950, quando garimpeiros migrantes do Mato Grosso iniciaram trabalhos de extração mineral na calha do rio Machado, afluente do rio Madeira. Nas décadas seguintes, o rio Madeira tornou-se um dos rios com maior presença de extração ilegal de ouro da Amazônia. O cenário atual da exploração do ouro na região, com centenas de balsas equipadas com maquinário especializado, se concretizou com a operação das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio a partir de 2014. O volume dessas usinas fez com que o solo do Rio Madeira jogasse na superfície uma camada de ouro. Um novo boom de garimpagem inicia-se no rio Madeira, apesar do monitoramento feito pelas agências federais de fiscalização. Para o ribeirinho que atua no garimpo, um fator decisivo para a migração à atividade ilegal foi a cheia histórica do Madeira em 2014, que devastou comunidades e praticamente acabou com a produção agrícola beira-rio. Nesse sentido, esta proposta de pesquisa buscou investigar como o garimpo ilegal no rio Madeira imobiliza a força de trabalho familiar. Ao mesmo tempo que tenta compreender como o extrativismo mineral na calha do Madeira vem modificando a estrutura agrária familiar das comunidades locais. 

Biografia do Autor

  • Aldeane Almeida da Conceição , Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

    Graduanda em Pedagogia na Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

  • Jordeanes do Nascimento Araújo, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

    Doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista- UNESP (2019).Mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (2010).Graduação em Ciências Sociais - Bacharelado e Licenciatura pela Universidade Federal do Amazonas (2007). Pesquisador do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia desde 2010. Atualmente é Professor Adjunto II da Universidade Federal do Amazonas/ Campus de Humaitá E professor do Programa de Mestrdo em Ciências Ambientais no Campus IEAA/Humaitá. Coordena o projeto Mapeamento de garimpos ilegais, desmatamentos, madeireiras ilegais em Terras Indígenas no Sul do Amazonas. Financiamento: Climate Land Alliance-CLUA. Antropólogo com experiência em Antropologia Indígena , atuando principalmente nos seguintes temas: Amazônia, cultura, identidades, territorialidades e conflitos socioambientais.

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Publicado

2024-03-21

Edição

Seção

Dossiê